⚽Campeonato Paulista 2024 – 5° rodada – Grupo C – Corinthians 1×3 Novorizontino

Corinthians sofre nova derrota no Paulista, é dominado pelo Novorizontino em plena Neo Química Arena e afunda na tabela

Fracasso tático, apatia dos jogadores e desorganização generalizada marcam mais um capítulo deprimente da campanha alvinegra no estadual

Na manhã deste domingo, o Corinthians voltou a decepcionar sua torcida no Campeonato Paulista. Em pleno gramado da Neo Química Arena, o time comandado por Mano Menezes foi superado de forma acachapante pelo Novorizontino, que venceu por 3 a 1 com autoridade e sem grandes sustos.

A atuação corinthiana foi, mais uma vez, marcada por erros defensivos grotescos, falhas coletivas e falta de competitividade, evidenciando uma crise que se aprofunda rodada após rodada.

Com o revés, o Corinthians acumula agora quatro derrotas consecutivas na competição estadual, somando apenas três pontos em cinco jogos disputados. A equipe amarga a lanterna do Grupo C e ocupa atualmente a 14ª colocação na classificação geral, sendo o primeiro time fora da zona de rebaixamento — um cenário absolutamente inadmissível para um clube de sua grandeza.

Escalações e mudanças de Mano Menezes

Buscando uma resposta após a derrota para o São Paulo, o técnico Mano Menezes promoveu mudanças na equipe titular. Caetano, suspenso, deu lugar a Raul Gustavo. Fausto Vera, Matías Rojas e Yuri Alberto começaram no banco, substituídos por Matheus Araújo, Gustavo Mosquito e Pedro Raul.

A formação inicial foi composta por: Cássio; Fagner, Félix Torres, Raul Gustavo e Hugo; Raniele, Maycon e Matheus Araújo; Gustavo Mosquito, Romero e Pedro Raul.

No banco, o treinador contava com Carlos Miguel, Fausto Vera, Matías Rojas, Yuri Alberto, Breno Bidon, Vitor Meer, Kayke, Léo Mana, Wesley, Ryan, João Pedro Tchoca e Yago Gonçalves.

O Novorizontino, bem armado e confiante, entrou com: Jordi; Luisão, Renato Palm e Chico; Willean Lepo, Willian Farias, Marlon e Danilo Barcelos; Rômulo, Isack Pelé e Jenison.

Um primeiro tempo de domínio estéril e castigo no fim

Apesar de um início razoável, o Corinthians demonstrou, desde os primeiros minutos, a ineficácia de seu sistema ofensivo. As jogadas ofensivas se concentraram no lado direito com Gustavo Mosquito, mas a falta de organização, movimentação e intensidade impossibilitou a construção de jogadas claras. O Novorizontino, ciente das fragilidades alvinegras, apostava em uma defesa compacta e transições rápidas.

Aos 23 minutos, Pedro Raul teve a melhor chance do primeiro tempo, quando ficou cara a cara com o goleiro Jordi após bela jogada pela direita. No entanto, o estreante desperdiçou a oportunidade, chutando para fora de forma bisonha.

Mesmo tendo mais posse de bola e presença ofensiva, o Corinthians não transformava seu domínio territorial em chances claras. O castigo veio nos acréscimos: aos 46, Rômulo achou Willean Lepo na direita, que cruzou na medida para Jenison cabecear no centro da área e abrir o placar. Um banho de água fria que escancarou a fragilidade emocional de um time sem capacidade de reação.

Um segundo tempo vexatório e humilhante

Se a etapa inicial já havia deixado a torcida preocupada, o segundo tempo tratou de agravar ainda mais o pesadelo corinthiano. Logo aos dois minutos, após erro coletivo de marcação, Jenison aproveitou rebote na trave para marcar o segundo gol — o Corinthians mal havia voltado do intervalo e já estava em desvantagem por dois gols.

A resposta foi desorganizada, confusa, marcada por cruzamentos aleatórios e lançamentos sem direção. Aos 11 minutos, Mano Menezes tentou corrigir a estrutura do time, colocando Fausto Vera, Matías Rojas e Yuri Alberto em campo. A mudança surtiu efeito? Não. Aos 13, novamente Jenison, completamente livre na pequena área, completou cruzamento da direita e anotou seu terceiro gol na partida — um hat-trick histórico para o atacante do Novorizontino e uma vergonha para a defesa corinthiana.

Gol de honra não esconde o fracasso

Após o terceiro gol, o Corinthians tentou esboçar uma reação, muito mais na base do desespero do que da organização. Aos 27, Wesley, que acabara de entrar, fez boa jogada pela esquerda e quase marcou. No rebote, Romero cruzou para Yuri Alberto, que cabeceou firme e diminuiu o placar.

Mas foi só. Mesmo com a pressão final, escanteios e faltas alçadas na área, a equipe seguiu esbarrando em sua própria limitação técnica e mental. Aos 49, Fausto ainda tentou em chute de fora da área, e Maycon isolou a última chance. O apito final decretou o placar: 3 a 1 para o Novorizontino e mais uma atuação lamentável do Corinthians.

Crise escancarada e postura inaceitável

O que se viu na Neo Química Arena foi mais do que uma derrota. Foi um vexame. A postura do elenco em campo foi, no mínimo, preocupante. Jogadores apáticos, sem concentração, com pouca intensidade e claramente sem confiança. A defesa, desorganizada e lenta, foi envolvida com facilidade por um adversário tecnicamente inferior, mas muito mais bem treinado e aplicado.

A insistência de Mano Menezes em um esquema que não funciona, a lentidão nas substituições e a clara desconexão entre os setores da equipe colocam em xeque sua continuidade no comando técnico. A falta de padrão tático e a incapacidade do time de reagir a adversidades tornam insustentável a atual condução do trabalho.

Torcida perde a paciência e cobra atitude

A torcida corinthiana, sempre apaixonada e fiel, começa a perder a paciência. Não é só a sequência de derrotas que incomoda — é a forma como o time tem jogado. Não há entrega, não há vibração, não há futebol.

O Corinthians precisa reagir. E rápido.

Faltam poucas rodadas para o fim da primeira fase, e o risco de rebaixamento é real. A diretoria precisa se posicionar com firmeza. Jogadores precisam assumir responsabilidade.

E Mano Menezes, se continuar no cargo, precisa apresentar algo novo — porque o que tem sido entregue até aqui é simplesmente inaceitável para a história e o tamanho do clube.

Próximos passos

O Corinthians volta a campo nos próximos dias e tem a obrigação moral e técnica de dar uma resposta imediata. O que está em jogo não é apenas a classificação no Paulista, mas a reconstrução da confiança do torcedor, que se vê traído por um futebol medíocre e por um clube que parece não entender a gravidade da situação.

A camisa do Corinthians é pesada demais para atuações como essa passarem impunes. O momento é de cobrança, de sacudir a estrutura interna e de reencontrar, urgentemente, a alma de um time que parece ter se perdido no caminho.

Ficha técnica

Competição: Campeonato Paulista
Local: Neo Química Arena, São Paulo, SP
Data: 04 de fevereiro de 2024 (domingo)
Horário: 11h00 (de Brasília)
Árbitro: Matheus Delgado Candançan
Assistentes: Daniel Paulo Ziolli e Rafael Tadeu Alves
Árbitro de vídeo: Daiane Muniz dos Santos
Gols: Yuri Alberto (Corinthians); Jenilson (três vezes) (Novorizontino)
Cartões amarelos: Cássio, Raniele e Léo Mana (Corinthians); Rômulo e Raul Prata (Novorizontino)
Público: 39.407 pagantes (público total: 39.603)
Renda: R$ 2.343.488,00

CORINTHIANS: Cássio; Fagner (Léo Mana), Raul Gustavo, Félix Torres e Hugo; Raniele (Fausto), Maycon e Matheus Araújo (Matías Rojas); Romero, Gustavo Silva (Yuri Alberto) e Pedro Raul (Wesley).
Técnico: Mano Menezes

NOVORIZONTINO: Jordi; Renato, Chico, Danilo Barcelos (Reverson), William Farias, Rômulo, Luisão, Marlon (Waguininho), Isack Pelé (Geovane), Jenilson (Neto Pessoa) e Willian Lepo (Raul Prata).
Técnico: Eduardo Baptista

Abaixo os melhores momentos

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