Corinthians vence Paulistano com atuação coletiva sólida, quebra de recorde e brilho de Elinho e Victão no NBB 2024/25
Na noite desta terça-feira (12), o Corinthians reencontrou o caminho das vitórias no Novo Basquete Brasil (NBB) 2024/25 ao superar o Paulistano por 75 a 69, fora de casa, no ginásio Antônio Prado Jr. A partida marcou não apenas o fim de uma sequência incômoda de duas derrotas, mas também um momento histórico para o basquete brasileiro: Elinho se tornou o maior assistente da história da competição, com 2.417 passes para cesta.
A vitória foi construída com inteligência tática, solidez defensiva e protagonismo de peças importantes do elenco comandado por Jece Leite. Com o resultado, o Timão alcançou sua terceira vitória em sete jogos, demonstrando capacidade de resposta e evolução coletiva em meio às adversidades da temporada.
Recorde histórico e consistência desde o início
O Corinthians iniciou o jogo com postura firme e confiante. Mesmo com os desfalques de Melvin Johnson, que sofreu uma pancada no joelho durante os treinos, e de Cauê Borges, ainda em recuperação, a equipe mostrou profundidade de elenco. O retorno de Victão, após ser liberado para acompanhar o nascimento do filho, foi determinante. O ala-pivô foi o cestinha da noite com 22 pontos e seis rebotes, comandando o ataque alvinegro em momentos decisivos.
Logo no primeiro quarto, a equipe impôs ritmo forte no ataque e defendeu com consistência, aproveitando-se das dificuldades iniciais do Paulistano. Coube a Elinho, maestro da equipe, o momento mais simbólico da noite: ao dar assistência para cesta de Victão, ele quebrou o recorde de assistências do NBB, ultrapassando Fúlvio na liderança histórica.
Mais do que o número, o feito simboliza a importância de Elinho para o basquete nacional e para o projeto alvinegro na modalidade. Além do recorde, ele terminou a partida com um duplo-duplo — 10 pontos e 12 assistências — reafirmando seu papel como cérebro da equipe.
Controle e leitura de jogo no segundo quarto
A vantagem construída nos primeiros dez minutos, mesmo reduzida ao fim do período (24 a 20), voltou a crescer no segundo quarto. A equipe do Parque São Jorge ajustou a marcação e soube explorar os espaços deixados pelo Paulistano. Tico Faria e Alisson contribuíram com boas rotações, enquanto Victão seguiu sendo peça-chave nas duas pontas da quadra.
O Corinthians chegou a abrir 16 pontos de vantagem, aproveitando-se da rotação intensa promovida por Jece Leite e da versatilidade no ataque, alternando bolas de fora com infiltrações. O Paulistano ainda reagiu nos minutos finais, mas o Timão foi para o intervalo vencendo por 45 a 33, com vantagem confortável construída a partir da defesa sólida e das transições rápidas.
Paulistano reage, mas Timão segura vantagem com maturidade
A volta do intervalo trouxe novo ânimo para o time da casa, que aproveitou espaços no perímetro e erros de comunicação do Corinthians para diminuir a diferença. Crescenzi, Landeira e Brunão cresceram de produção, e o Paulistano chegou a encostar no placar, obrigando Jece Leite a rever estratégias e ajustar o sistema defensivo.
A resposta veio na maturidade da equipe. Elinho assumiu protagonismo, ditando o ritmo do ataque com calma e precisão, enquanto Munford acertou bola importante do perímetro. Mesmo com o aumento de faltas e com o jogo ficando truncado, o Corinthians conseguiu encerrar o terceiro quarto com vantagem de sete pontos (65 a 58), mantendo-se à frente no momento decisivo.
Gestão emocional e defesa ajustada garantem a vitória
O quarto período foi marcado por tensão e equilíbrio. O Paulistano voltou mais agressivo e tentou acelerar o jogo, pressionando a saída de bola e apostando em dobras defensivas. O Corinthians, por sua vez, teve dificuldades em encontrar espaços, pecando em alguns arremessos e sendo forçado a trabalhar no limite do cronômetro.
Foi quando a experiência e a leitura de jogo de Elinho voltaram a fazer diferença. Em dois contra-ataques, armados com velocidade e inteligência ao lado de Munford, o Timão conseguiu abrir dez pontos novamente, minando o ímpeto adversário.
O Paulistano ainda tentou uma última cartada com pressão total na marcação, e chegou a diminuir a diferença para seis pontos. Mesmo com erros nos lances livres no fim — Thornton desperdiçou duas tentativas —, o Corinthians manteve a frieza. A cesta derradeira veio com Lucas Cauê, que cravou o resultado e decretou o 75 a 69 no placar final.
Desempenho coletivo e confiança para a sequência
O triunfo no Antônio Prado Jr. mostra um Corinthians mais maduro, capaz de lidar com oscilações dentro do jogo e encontrar soluções técnicas e emocionais mesmo diante de dificuldades. O aproveitamento ainda é modesto — três vitórias em sete jogos —, mas a atuação diante do Paulistano indica evolução e promete melhores perspectivas na sequência do campeonato.
Além de Elinho e Victão, vale destacar a participação decisiva de Lucas Cauê nos minutos finais e o equilíbrio tático promovido por Jece Leite, que soube usar a profundidade do elenco, mesmo com importantes ausências.
Próximo desafio: clássico diante do Franca
A vitória ganha ainda mais valor diante do adversário do próximo compromisso: o Corinthians volta à quadra no sábado (15), às 17h30, no Ginásio Wlamir Marques, para enfrentar o Franca, atual campeão e um dos postulantes ao título do NBB.
Será a oitava rodada do torneio, e a expectativa é de casa cheia para empurrar o Timão em mais um desafio duro. O momento é de recuperação e confiança para o elenco, que parece ter reencontrado o caminho e mostra força para crescer na temporada.