Copa Libertadores Feminina- Final –  Corinthians (5)0X0 (3) Deportivo Cali


Corinthians Feminino conquista o sexto título da Libertadores após final dramática contra o Deportivo Cali

Em uma noite histórica e repleta de emoção, o Corinthians Feminino escreveu mais um capítulo glorioso em sua trajetória vitoriosa no futebol sul-americano. Neste sábado, as Brabas superaram o Deportivo Cali, da Colômbia, por 5 a 3 nas cobranças de pênalti, após empate sem gols no tempo normal, e conquistaram o sexto título continental de sua história. A decisão foi disputada sob forte tensão, mas terminou em festa corinthiana, coroando a equipe com o tricampeonato consecutivo — um feito inédito na história da Conmebol Libertadores Feminina.


Desde o apito inicial, a partida mostrou o equilíbrio que se esperava entre duas equipes de alto nível técnico. As colombianas começaram pressionando, explorando as bolas aéreas e testando a segurança da goleira Nicole, que teve atuação decisiva em diversos momentos do confronto. O Corinthians, por sua vez, precisou de alguns minutos para se estabilizar em campo, mas, quando conseguiu, passou a ditar o ritmo da partida, mesmo com alguns erros de passe que impediram o time de criar com mais clareza.


A primeira grande chance corinthiana veio dos pés de Duda Sampaio, que arriscou de fora da área e obrigou a goleira Luisa Agudelo a se esticar para evitar o gol. A resposta do Deportivo Cali veio em um contra-ataque perigoso, mas a finalização saiu por cima do travessão, sem maiores sustos para Nicole. O duelo seguiu com muita marcação e poucas oportunidades claras, até que, nos acréscimos, Érika chegou a balançar as redes de cabeça. A torcida corinthiana chegou a comemorar, mas o gol foi anulado após longa revisão do VAR, que apontou impedimento de Vic Albuquerque na origem do lance.


O primeiro tempo terminou sem gols, mas com boas demonstrações de garra por parte das duas equipes. No segundo tempo, o panorama da partida se manteve equilibrado. As colombianas voltaram com mais ímpeto e criaram oportunidades perigosas, principalmente em jogadas de bola parada. Nicole brilhou novamente ao fazer defesas fundamentais, mantendo o placar inalterado. O Corinthians respondeu com boas chegadas de Vic Albuquerque e Tamires, mas também esbarrou na sólida atuação defensiva do time adversário.
O técnico Lucas Piccinato, atento ao desgaste físico das atletas, fez alterações estratégicas que mudaram a dinâmica do jogo. Entraram Juliete, Jhonson e Jaqueline, substituindo Tamires, Gisela Robledo e Letícia Monteiro. As substituições deram mais velocidade e profundidade ao ataque corinthiano. Jaqueline, em especial, foi decisiva ao salvar uma bola em cima da linha no fim do segundo tempo, evitando o que seria o gol da vitória colombiana e levando a decisão para as penalidades máximas.


Na disputa de pênaltis, o coração da Fiel torceu junto com cada jogadora. Gabi Zanotti abriu as cobranças com categoria, deslocando a goleira Agudelo e inaugurando o placar. Pelo lado colombiano, Paola Garcia empatou com uma cobrança precisa. Em seguida, Vic Albuquerque mostrou frieza e colocou novamente o Timão na frente. Na sequência, Kelly Ibarguen isolou a bola e acertou o travessão, dando vantagem às brasileiras.


A zagueira Thaís Ferreira foi a terceira a cobrar e manteve a tranquilidade ao deslocar a goleira com um chute rasteiro e certeiro. Melanin Aponza ainda descontou para o Cali, mas Mariza ampliou a vantagem com uma cobrança perfeita. Coube a Jhonson a missão de fechar a série e garantir o título. Com enorme confiança, ela bateu firme no canto direito e fez explodir o Ginásio Wlamir Marques em alegria e lágrimas.
Com o triunfo por 5 a 3 nas penalidades, o Corinthians Feminino alcançou sua sexta conquista da Conmebol Libertadores Feminina, tornando-se o maior campeão da história do torneio. O feito é ainda mais impressionante por ser o terceiro título consecutivo, algo jamais conquistado por outra equipe na competição. As taças anteriores foram erguidas em 2017, 2019, 2021, 2023 e 2024 — e agora, em 2025, o clube consolida uma era de hegemonia no futebol feminino sul-americano.


O desempenho do time nesta edição foi impecável. Invictas, as Brabas encerraram a campanha com quatro vitórias, três empates, 18 gols marcados e apenas dois sofridos, um saldo que reflete o equilíbrio entre eficiência ofensiva e solidez defensiva. A equipe mostrou maturidade em jogos decisivos, força coletiva e a experiência de um elenco acostumado a disputar e vencer grandes finais.


A conquista também assegura ao Corinthians uma vaga na Copa das Campeãs, torneio internacional que reunirá as melhores equipes de cada continente. Será mais uma oportunidade para o clube mostrar a força do futebol feminino brasileiro no cenário mundial e reafirmar seu protagonismo global.


Além do desempenho tático e técnico, o título simboliza a continuidade de um projeto vitorioso e sólido. Sob o comando de Lucas Piccinato, o Corinthians manteve sua identidade de jogo marcada pela posse de bola, intensidade e organização. A base experiente, composta por jogadoras como Tamires, Gabi Zanotti e Vic Albuquerque, segue como referência dentro e fora de campo, guiando uma nova geração de talentos que despontam no elenco.


O papel de Nicole nesta final não pode ser esquecido. A goleira foi um verdadeiro muro sob as traves e se tornou um dos nomes mais importantes da partida, garantindo a segurança necessária em momentos de maior pressão. Também merecem destaque Duda Sampaio, pela intensidade e qualidade nas bolas paradas, e Thaís Ferreira, pela liderança defensiva e precisão na saída de jogo.


O duelo contra o Deportivo Cali foi marcado por equilíbrio, garra e intensidade. As colombianas, comandadas por Jhon Ortíz, apresentaram um futebol competitivo e disciplinado, com destaque para a goleira Agudelo, que realizou grandes defesas e manteve sua equipe viva até os pênaltis. No entanto, o peso da camisa corinthiana e a frieza nas cobranças fizeram a diferença na hora decisiva.


Com a conquista, o Corinthians Feminino reforça seu status como potência continental e inspira não apenas sua torcida, mas também o futebol feminino brasileiro como um todo. A hegemonia construída pelas Brabas é fruto de investimento, planejamento e amor pelo clube, elementos que transformaram o projeto em um exemplo a ser seguido.


Agora, as atenções se voltam para o calendário nacional. O próximo compromisso das Brabas será no dia 1º de novembro, às 11h, na Fazendinha, diante do São Paulo, pela 11ª rodada do campeonato. Com a confiança renovada e mais uma taça no museu, o time promete seguir firme em busca de novas conquistas.