Campeonato Brasileiro – 28ª rodada-  Santos 3X1 Corinthians


Corinthians é superado pelo Santos na Vila Belmiro e vê distância aumentar na tabela do Brasileirão

A noite desta quarta-feira foi de tristeza para o torcedor corinthiano. O Corinthians entrou em campo pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro e acabou derrotado por 3 a 1 pelo Santos, na Vila Belmiro. O único gol alvinegro foi marcado pelo volante Raniele, já na segunda etapa. A derrota interrompeu o leve crescimento do time comandado por Dorival Júnior e manteve o Timão estacionado na 12ª colocação, com 33 pontos, vendo a zona de rebaixamento se aproximar lentamente.


O duelo começou com um cenário desolador para o torcedor corinthiano. Logo aos três minutos, o Santos abriu o placar em uma jogada de bola parada. Após cobrança de escanteio, Zé Rafael subiu sozinho na primeira trave e testou firme, sem chances para Felipe Longo. O gol precoce abalou o sistema defensivo do Corinthians, que teve dificuldades para se reorganizar. Pouco depois, o argentino Barreal acertou um lindo chute no ângulo, ampliando o marcador e deixando o time alvinegro completamente perdido em campo.


A postura do Corinthians, apática e desorganizada, refletiu um primeiro tempo dominado amplamente pelo rival. O Santos impôs intensidade, velocidade e controle de posse, enquanto o Timão parecia incapaz de trocar cinco passes consecutivos sem perder a bola. As poucas tentativas de criação vinham de bolas longas ou cruzamentos previsíveis, facilmente neutralizados pela defesa santista. O meio-campo, formado por Raniele, Maycon e Breno Bidon, teve dificuldade em conter a movimentação de João Schmidt e Rollheiser, que ditavam o ritmo da partida.


Com o relógio marcando 19 minutos, uma cena simbolizou a dificuldade corinthiana: após um passe simples de Maycon, o lateral Fabrizio Angileri errou o domínio e entregou a bola de presente ao adversário. Era um retrato fiel da insegurança do time. A primeira tentativa de finalização do Corinthians só aconteceu aos 31 minutos, quando Matheuzinho cruzou para a área e Gustavo Henrique cabeceou sem perigo algum, longe do gol de Gabriel Brazão.


Enquanto o Timão mal conseguia ameaçar, o Santos continuava criando. Rollheiser cobrou falta com muito perigo e, pouco depois, Barreal recebeu passe de João Schmidt e marcou um golaço, acertando o ângulo esquerdo de Felipe Longo. O 2 a 0 refletia com justiça o que acontecia em campo: um Corinthians desorganizado, lento e sem poder de reação. Antes do intervalo, o time da casa ainda criou outras boas chances, com Adonis e Lautaro Díaz, que por pouco não ampliaram.


No retorno para o segundo tempo, Dorival Júnior tentou mudar o panorama com as entradas de Kayke e André Luiz nos lugares de Gui Negão e Hugo Farias. A equipe até mostrou um leve ímpeto ofensivo no início. Yuri Alberto, que havia começado apagado, recebeu bom passe de Maycon e chutou com força, levando algum perigo ao gol santista. Porém, o que parecia um início promissor logo se transformou em novo pesadelo.


Em uma jogada de escanteio, Breno Bidon segurou Zé Rafael dentro da área e, após revisão do VAR, o árbitro assinalou pênalti. Rollheiser cobrou com categoria, deslocando Felipe Longo e marcando o terceiro gol do Santos. O placar de 3 a 0 era pesado, mas refletia com precisão a diferença de desempenho entre as equipes.


O Corinthians ainda tentou reagir. Em cobrança de escanteio de Matheuzinho, Raniele apareceu bem posicionado e cabeceou firme para diminuir o marcador. O gol animou momentaneamente o elenco, mas o ritmo de jogo permaneceu favorável ao Santos. O time alvinegro seguia sem criatividade ofensiva e sofria para encontrar espaços na marcação santista.


Com 22 minutos, Lucas Silvestre, auxiliar que comandou o time em campo na ausência momentânea de Dorival Júnior, promoveu novas mudanças. Maycon e Angileri deixaram o gramado para as entradas de Rodrigo Garro e Memphis. O argentino Garro tentou dar mais dinâmica ao meio-campo, criando algumas jogadas em velocidade, mas a equipe não conseguiu transformar as chances em gols.


O Corinthians teve sua melhor oportunidade aos 35 minutos, quando Garro cruzou para Gustavo Henrique, que desviou de cabeça e acertou a trave esquerda de Gabriel Brazão. Foi o último suspiro de esperança do time, que, apesar do esforço, mostrou-se incapaz de transformar a pressão em real perigo. As substituições seguintes, como a entrada de Dieguinho no lugar de João Pedro Tchoca, pouco alteraram o rumo do confronto.


Nos minutos finais, o Corinthians parecia resignado. Memphis ainda tentou articular uma jogada pela direita com Matheuzinho, mas o lateral santista Escobar interceptou com precisão. O apito final confirmou o revés: 3 a 1 para o Santos, um resultado amargo e preocupante para o Alvinegro de Parque São Jorge.
A atuação coletiva foi uma das mais frágeis do Corinthians nesta edição do Campeonato Brasileiro. O sistema defensivo mostrou falhas em bolas aéreas e transições, o meio-campo teve pouca intensidade e o ataque foi inofensivo. Dorival Júnior, visivelmente frustrado à beira do campo, terá trabalho para ajustar a equipe, especialmente diante das ausências que continuam a prejudicar o elenco.


O Corinthians entrou em campo sem nomes importantes. Hugo Souza (convocado e suspenso), Félix Torres (seleção equatoriana), Matheus Bidu (suspenso), Vitinho (lesionado), André Carrillo (em transição física), José Martínez (motivo pessoal) e André Ramalho (com estiramento muscular) foram desfalques significativos. A ausência de peças experientes e a falta de entrosamento entre os substitutos pesaram no desempenho geral do time.


Do outro lado, o Santos apresentou organização, intensidade e eficiência. Zé Rafael e Rollheiser dominaram o meio-campo, enquanto Barreal foi o grande destaque ofensivo, participando diretamente de dois gols e sendo um pesadelo constante para a defesa corinthiana. A vitória santista foi incontestável e mostrou como o Corinthians precisa evoluir se quiser sonhar com algo além do meio da tabela.


Com a derrota, o Timão permanece com 33 pontos, ainda na 12ª posição, mas agora com uma margem mais curta sobre a zona de rebaixamento, aberta pelo Fortaleza, que soma 23. O cenário preocupa, já que o time não vence há algumas rodadas e tem enfrentado dificuldades em jogos fora de casa. O setor ofensivo, em especial, tem sido um dos principais problemas, com média baixa de gols marcados e pouca efetividade nas finalizações.


O próximo compromisso do Corinthians será neste sábado, às 18h30, na Neo Química Arena, diante do Atlético Mineiro. A partida marcará o reencontro da equipe com sua torcida, que deve comparecer em peso para empurrar o time em busca de recuperação. Mais do que os três pontos, o confronto será um teste de reação para um elenco que precisa urgentemente reencontrar confiança e equilíbrio tático.


Apesar do revés, há pontos que ainda podem ser considerados positivos. Raniele mostrou novamente sua importância com presença ofensiva e entrega constante, e Felipe Longo, mesmo sofrendo três gols, fez boas defesas que evitaram um placar mais elástico. No entanto, é inegável que a equipe precisa melhorar muito se quiser encerrar o campeonato sem sustos.