Timão garante vaga nas oitavas com vitória dramática sobre o Foz Cataratas
Em noite de intensa emoção no Ginásio Wlamir Marques, o Corinthians confirmou seu avanço à fase de mata-mata da Liga Nacional de Futsal (LNF) ao vencer o Foz Cataratas por 3 a 2, em partida válida pela última rodada da primeira fase. Os gols alvinegros foram assinados por Luiz Brizzi, Rick e Deives, e o resultado levou o clube do Parque São Jorge à sexta colocação, com 42 pontos — classificação que vale confronto duro contra o Carlos Barbosa nas oitavas. A vitória, construída com volume ofensivo e resistência emocional, insuflou a torcida e confirmou um crescimento do elenco comandado pelo técnico Fernando Malafaia.
Desde os primeiros instantes, o duelo teve características de confronto decisivo: o Corinthians tomou a iniciativa, pressionando a saída de bola adversária e buscando superioridade pelas alas. Logo aos 20 segundos, a mobilidade de Lucas Martins criou a primeira chance clara, sinalizando que o time paulista estabeleceria o ritmo. A insistência alvinegra se transformou em gol a partir de uma cobrança lateral executada por Luiz Brizzi — lance que terminou no fundo da rede e abriu o placar para o clube da casa. A partir daí, a equipe manteve a posse e o protagonismo, até chegar à vantagem de 2 a 0 ainda na primeira etapa, com finalização eficiente de Rick.
O primeiro tempo foi, portanto, de domínio corinthiano: a organização tática de Fernando Malafaia, que escalou o time inicial com Lucas Oliveira, Lucas Martins, Renatinho, Luisinho e Rick, funcionou bem na pressão e na construção de jogadas. Do banco, as opções de Koji, Kelvin, Papagaio, Luiz Brizzi, Edimar, Vandinho, Igor Carioca, Deives e Andrey ofereciam alternativas de velocidade e presença física, que se mostrariam relevantes na reta final do confronto. O time paranaense, escalado com Vicente, Geovani, Willian, Vitinho e Coca, encontrou dificuldades para furar a marcação no primeiro tempo e esbarrou nas boas intervenções de Lucas Oliveira.
Ao retomar o jogo, o Foz Cataratas alterou a postura e passou a explorar chutes de fora e transições rápidas. A partir dessa mudança, o placar foi reduzido: aos nove minutos da etapa final, Vitinho conseguiu um disparo de longa distância que trouxe perigo real e colocou em alerta os donos da casa. Pouco depois, em jogada originada de bola parada, Willian cabeceou/recebeu e converteu para empatar, imprimindo novo clima à partida. O empate trouxe tensão e exigiu do Corinthians controle emocional e leitura de jogo mais aprofundada — exatamente aquilo que a equipe demonstrou ao reagir e encontrar o gol da vitória com Deives.
A reação alvinegra passou por retomada de intensidade ofensiva e por ajustes táticos promovidos por Fernando Malafaia. O treinador apostou em variações de jogo, privilegiando passes em velocidade pelas alas e trocas rápidas de pivô, o que abriu espaços na defesa rival. Nesse cenário, Deives foi acionado e, após construção coletiva iniciada por Luiz Brizzi, apareceu no momento certo para definir o lance decisivo e recolocar o Corinthians em vantagem. O gol final decorreu de elenco equilibrado entre técnica e força — uma característica que o clube vem buscando consolidar ao longo da temporada.
Ao longo da partida, alguns nomes mereceram destaque pela consistência e influência: Rick mostrou-se peça de referência no ataque, participando de triangulações e finalizações; Luiz Brizzi marcou presença tanto na bola parada quanto na recomposição defensiva; Deives apareceu como solução ofensiva do banco; e o goleiro Lucas Oliveira fez defesas importantes, sobretudo em momentos de pressão do adversário. Do lado do Foz Cataratas, atletas como Geovani, Vitinho, Willian, Coca e Pietro — além de menções a Amokachy em finalizações de longa distância — demonstraram qualidade e capacidade de reação, corroborando para o fato de que a equipe paranaense nunca se acomodou, mesmo diante da desvantagem inicial.
A trajetória do jogo também teve episódios que compuseram o enredo dramático: faltas duras e cartões, cobranças de escanteio e impedimentos por centímetros, além de lances individuais que alternaram a esperança entre as duas torcidas. Um exemplo notável foi o carrinho de Deives no primeiro tempo, que originou advertência disciplinar, e as três finalizações seguidas de Geovani sobre o gol corinthiano pouco antes do intervalo, todas bem defendidas por Lucas Oliveira. Essas situações ilustraram a intensidade do confronto e a necessidade de concentração até o apito final.
No âmbito tático, a partida reafirmou que o futsal moderno privilegia a versatilidade: times que conseguem variar finalizações de média/longa distância, possuem pivôs móveis e mantêm alternância entre pressão alta e compactação defensiva tendem a obter melhores resultados. O Corinthians evidenciou essas qualidades ao longo dos 40 minutos, especialmente na capacidade de recuperar a bola e verticalizar com rapidez. O Foz Cataratas também merece reconhecimento por adaptar a estratégia no intervalo e por forçar o equilíbrio com finalizações de perímetro e movimentações de pivô, demonstrando que a virada — ou ao menos o empate — esteve sempre plausível.
Com a vitória, o clube alvinegro encerra a fase de grupos com 42 pontos e conquista a sexta colocação, posição que confere adversário de alto nível nas oitavas: o tradicional Carlos Barbosa. A expectativa para o confronto é elevada, pois trata-se de um duelo entre equipes habituadas a decisões e com elencos que combinam experiência e juventude. Para o Corinthians, a confirmação de vaga com desempenho consistente casa a confiança do plantel com a responsabilidade de evoluir taticamente para fases eliminatórias, nas quais cada detalhe pesa significativamente.
Além do planejamento tático e do mérito coletivo, a partida também realçou a importância do elenco ampliar o repertório de soluções. A contribuição de nomes do banco — como Koji, Kelvin, Papagaio, Edimar, Vandinho, Igor Carioca e Andrey — poderá ser determinante em partidas futuras, quando desgaste físico e decisões por detalhes passarem a influenciar os resultados. A profundidade do plantel, aliada ao suporte da comissão técnica chefiada por Fernando Malafaia, configura vantagem competitiva em um calendário exigente.
Do lado adversário, o Foz Cataratas deixa a quadra com a convicção de que o elenco tem qualidade para incomodar: jogadores como Vicente, Geovani, Willian, Vitinho, Coca e Pietro exibiram repertório técnico e disposição para lutar até o apito final. A campanha mostra que, com pequenos ajustes defensivos e aprimoramento de transições ofensivas, a equipe pode se tornar ainda mais competitiva em jogos decisivos.
No fim das contas, o que ficou claro no Wlamir Marques foi a combinação entre o vigor ofensivo do Corinthians, a capacidade de resposta diante da adversidade e o apoio de sua torcida.
Classificação assegurada nos instantes finais tornou-se a síntese do que a partida representou: um triunfo forjado no equilíbrio entre técnica, intensidade e inteligência emocional.
O Timão venceu, manteve a ambição e parte confiante para o mata-mata — a Fiel tem motivos para sonhar.

