O Corinthians protagonizou mais uma atuação preocupante em sua caminhada pelo Campeonato Brasileiro Sub-20 de 2025. Na tarde desta quarta-feira, 14 de maio, o time alvinegro voltou a tropeçar diante de seu torcedor, ao apenas empatar por 2 a 2 com o Atlético Goianiense, penúltimo colocado da competição, em partida realizada na tradicional Fazendinha, no Parque São Jorge, em São Paulo.
O empate, conquistado com um gol no fim da partida, pouco serviu para aliviar a pressão sobre a equipe comandada por Orlando Ribeiro. O resultado mantém o Timãozinho em posição incômoda na tabela: com apenas 10 pontos em dez rodadas, o Corinthians ocupa a 15ª colocação, perigosamente próximo da zona de rebaixamento, liderada por clubes como o Grêmio, que soma 8 pontos na 18ª posição.
A tarde cinzenta no Parque São Jorge refletiu o momento turbulento do time sub-20, que agora acumula uma preocupante sequência de quatro jogos sem vitória na competição nacional.
Primeiro tempo: domínio estéril e castigo na transição.
Mesmo diante de um adversário fragilizado tecnicamente, o Corinthians encontrou dificuldades para impor seu jogo. Escalado no sistema 4-4-2 o Timão buscava criar volume ofensivo pelas beiradas, com Nicollas e Dieguinho pelas pontas e a dupla Gui Negão e Nicolas Araújo no comando do ataque.
Apesar de maior posse de bola, a equipe esbarrou na forte marcação adversária e na própria ineficiência criativa. O Atlético-GO se fechava bem e apostava em transições rápidas, estratégia que se provou eficaz.
Aos 25 minutos, os visitantes abriram o placar com uma jogada individual de Yuri. O atacante avançou pela esquerda, cortou dois marcadores e finalizou com potência, vencendo o goleiro Cadu. Antes disso, o mesmo Yuri já havia testado o arqueiro corinthiano com um chute perigoso de fora da área, obrigando Cadu a realizar boa defesa.
O Timão respondeu com uma investida de Caipira pela direita, que encontrou Bahia na área, mas o chute saiu por cima. Aos poucos, a frustração tomava conta dos jogadores e da torcida presente.
O lado esquerdo continuava sendo a principal válvula de escape do Corinthians, com participações frequentes de Nicollas e Denner. Aos 37, Dieguinho achou Nicollas na entrada da área, mas o atacante finalizou mal. Pouco depois, Nicolas Araújo quase empatou após passe de Bahia, mas o goleiro Martins brilhou mais uma vez com uma grande defesa.
Segundo tempo: reação imediata e novo baque.
Na volta do intervalo, Leo Agostinho entrou na vaga de Nicollas, e a substituição surtiu efeito imediato. Com menos de um minuto de bola rolando, o atacante dividiu com um zagueiro e a bola sobrou para Bahia, que chutou rasteiro da entrada da área e empatou a partida.
No entanto, a alegria durou pouco. Aos 3 minutos, o Atlético-GO respondeu com João Gabriel, que, também de fora da área, recolocou os visitantes na frente: 2 a 1.
A desorganização do Corinthians após sofrer o segundo gol ficou evidente. O time apostava em jogadas individuais e insistia em cruzamentos improdutivos. Em um dos raros momentos de lucidez, aos 13, Caipira fez boa jogada pela direita e cruzou para Bahia, que cabeceou para defesa de Martins. No rebote, Gui Negão desperdiçou finalização clara.
Orlando Ribeiro tentou mudar o panorama com novas substituições. Jesse Costa entrou no lugar de Nicolas Araújo, enquanto Yago substituiu Bahia. As mudanças, no entanto, surtiram pouco efeito imediato.
Pênalti perdido e redenção no rebote
Aos 36 minutos o Corinthians teve a grande chance de empatar novamente. Após escanteio mal afastado, João Vitor derrubou Dieguinho na área. O árbitro não hesitou e assinalou a penalidade máxima. Na cobrança, Gui Negão bateu fraco e rasteiro, permitindo que o goleiro Martins fizesse a defesa.
A frustração durou poucos segundos. Na sequência do lance, a bola voltou para a entrada da área, e Dieguinho pegou de primeira, acertando o canto e empatando a partida em 2 a 2.
O gol reascendeu a esperança nos minutos finais, mas o Atlético-GO quase fez o terceiro com João Vitor, que exigiu outra boa intervenção de Cadu.
Nos acréscimos, o Corinthians ainda tentou pressionar com as entradas de Lucão (Caraguá), Pires( Dieguinho) e Gustavo Baiano ( Denner), mas faltou organização e tranquilidade para buscar a virada.
Análise e perspectivas: um ponto amargo com sabor de derrota
O empate diante do Atlético-GO tem sabor amargo. Jogando em casa contra o vice-lanterna, o Corinthians tinha obrigação de vencer para se afastar do temido Z3. Mais do que o resultado, preocupou o desempenho coletivo da equipe, marcada por falhas na transição defensiva, limitações técnicas e pouca criatividade ofensiva.
Com apenas 10 pontos em 10 jogos, o Timãozinho vê sua situação se complicar no Campeonato Brasileiro Sub-20. O técnico Orlando Ribeiro, que já vinha sendo questionado, agora passa a conviver com maior pressão e desconfiança da torcida.
Além disso, a equipe alvinegra precisa encontrar alternativas diante da ausência de peças importantes. Contra o Atlético-GO, o Corinthians atuou sem Fernando Vera e Pedro Thomas, ambos suspensos. Ainda assim, o elenco demonstrou profundidade limitada e fragilidade mental diante da adversidade.
Próximo compromisso
Timão visita o Red Bull Bragantino. O Corinthians terá pouco tempo para corrigir seus erros. No próximo sábado, dia 17 de maio, às 15h, o time volta a campo para enfrentar o Red Bull Bragantino, fora de casa, pela terceira rodada (jogo adiado) do campeonato. A partida será disputada em Atibaia, e o Timãozinho precisará mostrar um futebol mais consistente para voltar a vencer e reencontrar o rumo na competição.
Escalações
Corinthians: Cadu; Caipira, Lorenzo, Guilherme Gama e Denner; Caraguá, Bahia (Yago), Dieguinho (Pires); Nicollas (Leo Agostinho), Nicolas Araújo (Jesse Costa) e Gui Negão. Técnico: Orlando Ribeiro.
Atlético-GO: Martins; Lira, Erick, Pimenta e Luiz Guilherme; Klebert, João Neres e Yuri; Neto, João Vitor e João Gabriel. Técnico: não informado.
Destaques individuais:
Dieguinho: participou de diversas jogadas ofensivas e marcou o gol de empate.
Bahia: autor do primeiro gol corinthiano, apareceu bem no setor ofensivo.
Cadu: apesar dos gols sofridos, fez boas defesas e evitou uma derrota ainda mais vexatória.