Fim da categoria sub-18


Corinthians decide encerrar definitivamente a categoria Sub-18 e promove reestruturação na base

O Corinthians anunciou nesta segunda-feira a decisão de encerrar de forma definitiva a categoria Sub-18, que, mais recentemente, vinha sendo denominada Sub-20 B. A diretoria da base comunicou oficialmente à comissão técnica responsável que o projeto não terá continuidade, encerrando um capítulo que gerava expectativas e discussões desde sua criação. A informação, inicialmente divulgada pelo perfil Base Corinthiana, foi posteriormente confirmada pelo Meu Timão.


Criado no ano passado, o Sub-18 surgiu com a intenção de ser uma categoria intermediária, reunindo atletas que ficavam à margem do Sub-20 principal. Desde o início, o projeto enfrentou críticas e desconfianças tanto da imprensa quanto da torcida, que questionava sua necessidade e efetividade. Contudo, a categoria ganhou corpo e protagonismo em 2024, quando o treinador Renato Rodrigues assumiu o comando. Sob sua liderança, a equipe passou a integrar jogadores da geração 2007, que haviam sido parcialmente negligenciados na gestão anterior do Sub-20, trazendo uma nova perspectiva para o desenvolvimento desses atletas.


Com o encerramento da categoria, quatro profissionais deixarão o clube, com exceção do auxiliar-técnico Zé Augusto, que permanecerá vinculado às atividades da base.

Os desligados são:
Renato Rodrigues – treinador
Gilbert – preparador físico
Daniel – preparador de goleiros
João – analista de desempenho


No início do segundo semestre, a categoria recebeu a alteração de nomenclatura para Sub-20 B, uma mudança mais formal do que prática. Ao longo de sua existência, o time participou de competições como a Copa Ouro e a Paulista Cup, mas nunca conseguiu se consolidar plenamente dentro da estrutura da base.


Um ponto que chama atenção é o tamanho do elenco da categoria intermediária. Embora não tenha disputado competições oficiais regularmente, o Sub-20 B contou com mais de 30 jogadores, incluindo atletas em período de avaliação e aqueles que não estavam inscritos nas competições principais, sem considerar os jovens que já atuavam no Sub-17 e no Sub-20. Nas duas categorias principais, desde o início de 2024, foram registrados 87 atletas durante a gestão de Augusto Melo. Aqueles que não encontravam espaço nas equipes principais eram alocados na categoria intermediária, reforçando a função de ponte entre o Sub-17 e o Sub-20.


A decisão de encerrar a categoria Sub-18 também está ligada à atual política de contenção de gastos promovida pela nova diretoria das categorias de base, capitaneada por Nenê do Posto. Desde a chegada da nova gestão, mais de 25 atletas já haviam deixado o clube como parte de um esforço para enxugar despesas. Com o fim do Sub-20 B, o Corinthians reforça sua estratégia de racionalização financeira, reduzindo significativamente os custos operacionais da base sem comprometer as categorias essenciais.
Paralelamente, a gestão anterior também reativou o Sub-16, destinado a atletas contratados com menos de 18 anos que não integram o elenco do Sub-17. Ao que tudo indica, esta categoria seguirá funcionando normalmente, garantindo a continuidade do desenvolvimento de jovens talentos dentro da estrutura alvinegra.


A extinção do Sub-18 encerra um ciclo que buscava preencher lacunas entre as categorias de base, mas que, na prática, enfrentou desafios de integração, visibilidade e aproveitamento dos atletas. A expectativa agora é que os jogadores que estavam na categoria intermediária sejam absorvidos nas equipes principais quando houver espaço ou busquem oportunidades em outros clubes.


O impacto da decisão é sentido não apenas pelos atletas, mas também pelos profissionais que dedicaram tempo e expertise ao projeto. Renato Rodrigues, Gilbert, Daniel e João deixam o clube, cada um com sua contribuição para a formação de jovens talentos e com a experiência adquirida durante o período de atuação no Sub-18. O futuro desses profissionais no futebol poderá se desenrolar em outras equipes ou projetos de base, mantendo seu legado no desenvolvimento de atletas.


Além da dimensão profissional, o encerramento da categoria também gera reflexos no planejamento esportivo da base. A função intermediária, que buscava dar continuidade ao desenvolvimento físico, técnico e tático dos atletas fora do Sub-20, precisará ser absorvida pelas categorias existentes ou reconfigurada em outros formatos de treinamento e acompanhamento. O Sub-16 e o Sub-17 assumem agora um papel ainda mais central, devendo receber atenção reforçada para garantir que jovens promessas não fiquem sem oportunidades de crescimento.


Em termos estratégicos, a decisão reflete uma visão de eficiência e foco nas categorias que apresentam maior retorno no desenvolvimento de jogadores aptos a integrar o elenco profissional. Ao cortar a categoria intermediária, o Corinthians demonstra um alinhamento entre sustentabilidade financeira e eficiência esportiva, priorizando recursos em áreas que maximizem o aproveitamento dos jovens talentos.


O encerramento do Sub-18 também serve como um alerta sobre a complexidade de gerir categorias de base no futebol moderno, onde o equilíbrio entre formação, competições, orçamento e espaço para atletas é delicado.

Projetos intermediários, como o Sub-20 B, podem oferecer soluções temporárias, mas necessitam de planejamento de longo prazo para garantir continuidade, relevância e retorno para o clube.


Apesar do fim da categoria, o legado do Sub-18 não se perde completamente. Atletas que tiveram passagem pela equipe levarão experiência, aprendizado e desenvolvimento técnico para as próximas fases da carreira. Profissionais que atuaram na comissão técnica também carregam consigo conhecimento adquirido, que poderá ser aplicado em futuras oportunidades dentro e fora do clube.


A base do Corinthians, reconhecida historicamente por revelar talentos ao futebol profissional, passa agora por mais uma transformação. O clube reafirma seu compromisso com o desenvolvimento de atletas, mesmo diante de cortes e ajustes estratégicos. O futuro do Timãozinho depende da capacidade de integrar jovens promessas de maneira eficiente, garantindo que talentos não se percam pelo caminho e que o planejamento seja sustentável.
O anúncio, embora triste para aqueles diretamente envolvidos, demonstra a seriedade da diretoria na gestão da base e a busca por resultados estruturais duradouros. A experiência acumulada pelo Sub-18 servirá como aprendizado para futuras decisões sobre categorias intermediárias, reforçando a importância de planejamento, acompanhamento técnico e alinhamento com as necessidades do clube.


Em síntese, o fim do Sub-18 marca um momento de transição e reflexão para a base do Corinthians. A diretoria optou por priorizar eficiência, reduzir custos e concentrar esforços nas categorias que oferecem maior retorno esportivo, mantendo a tradição de formação de atletas do clube. O impacto é sentido por jogadores e profissionais, mas também abre espaço para novas estratégias de desenvolvimento, reforçando o compromisso do Timão com o futuro do futebol.