O Corinthians encerrou sua participação na Copa Internacional Ciudad de Cartagena de maneira amarga, acumulando mais uma derrota nesta passagem pela Espanha.
Na tarde desta quinta-feira, diante do Jimbee Cartagena, no Palacio de Deportes de Cartagena, o time alvinegro lutou até os instantes finais, mas acabou superado pelo placar de 3 a 2. Os gols corinthianos foram marcados por Luiz Brizzi e Maicon, enquanto a equipe espanhola balançou as redes três vezes e garantiu a vitória em sua casa.
O jogo marcou o último compromisso da delegação corinthiana em solo europeu antes do retorno ao Brasil, mas ao invés de se despedir com celebração, a equipe acabou deixando a quadra com a frustração de ter estado próxima do empate, sem conseguir concretizá-lo. Para os jogadores, restou a sensação de que o esforço não foi suficiente para transformar a entrega em resultado positivo.
A primeira etapa do confronto foi marcada pelo equilíbrio defensivo do Corinthians. O Jimbee Cartagena, acostumado a ditar o ritmo em seus domínios, mantinha a posse de bola com constância, tentando encontrar espaços na marcação alvinegra. Apesar disso, a equipe brasileira soube se portar com firmeza, dificultando a construção ofensiva do adversário. A melhor chance dos primeiros vinte minutos, inclusive, foi do próprio Corinthians. Renatinho, em finalização precisa, quase abriu o placar, mas a bola caprichosamente explodiu na trave e frustrou o desejo da Fiel de comemorar o primeiro tento.
Kelvin, goleiro corinthiano, também teve papel decisivo ao evitar algumas finalizações perigosas, mostrando reflexos apurados em tentativas de Motta e Tomáz. Ainda que o volume de jogo fosse maior do lado espanhol, o Timão conseguiu administrar o placar no primeiro tempo, mantendo-se vivo na partida. Havia, naquele momento, a esperança de que na segunda etapa os espaços pudessem ser melhor explorados para que o time buscasse surpreender os mandantes.
Mas o segundo tempo trouxe consigo a realidade cruel de um Corinthians que não conseguiu manter a consistência defensiva apresentada antes do intervalo. O Jimbee Cartagena intensificou sua pressão e encontrou o caminho das redes com Ramírez, que recebeu passe em velocidade e finalizou sem chances para Kelvin. O gol abalou a equipe alvinegra, que, mesmo tentando reagir, voltou a ser castigada poucos minutos depois. Em cobrança de falta, Renato acertou um chute forte e ampliou a vantagem para 2 a 0, complicando ainda mais a situação corinthiana.
Apesar do duro golpe, o Corinthians não deixou de lutar. Com garra e disposição, buscou diminuir o prejuízo e conseguiu balançar as redes na reta final. Luiz Brizzi aproveitou espaço na defesa adversária e descontou, reacendendo a esperança de uma reação. Porém, o entusiasmo durou pouco. Poucos minutos depois, os espanhóis marcaram o terceiro gol, em um lance que sequer teve o autor identificado pela transmissão local devido a falha técnica. O placar de 3 a 1 parecia definitivo, mas o Timão ainda encontrou forças para voltar a marcar.
Nos segundos finais, Maicon, em jogada individual de muita qualidade, chutou com precisão e fez o segundo gol corinthiano, deixando o placar em 3 a 2. O esforço final foi intenso, mas insuficiente. Restando apenas instantes para o apito final, não houve tempo hábil para buscar o empate. Assim, o Corinthians deixou a quadra cabisbaixo, consciente de que o desempenho poderia ter rendido ao menos um ponto na despedida da turnê.
Ao longo da partida, o técnico Fernando Malafaia escalou a equipe com Kelvin no gol, Maicon, Edimar, Luisinho e Igor Carioca na formação inicial. No banco, estiveram à disposição Koji, Lucas Oliveira, Caio Barros, Papagaio, Deives, Monteros, Israel Neto, Luiz Brizzi, Renatinho e Rick. Mesmo com as opções, as mudanças promovidas ao longo do confronto não foram suficientes para neutralizar a força dos espanhóis.
O primeiro tempo, ainda que marcado pela superioridade territorial do Jimbee, ofereceu momentos de equilíbrio. Monteros chegou a arriscar de primeira após assistência de Maicon, mas a bola subiu demais. Rick, em lance inteligente, deixou Renatinho em boas condições, mas o atacante corinthiano parou no goleiro rival e viu a trave salvar os espanhóis. A falta de precisão nos momentos decisivos acabou custando caro ao Corinthians.
O segundo tempo escancarou as dificuldades do time em lidar com a pressão adversária. Kelvin, que já havia se destacado, precisou intervir em várias ocasiões, mas acabou superado em dois lances quase consecutivos. O placar adverso obrigou o Corinthians a se lançar ao ataque, mas isso abriu ainda mais espaços para contra-ataques do Jimbee. O gol de Luiz Brizzi trouxe certo alívio, mas a resposta espanhola veio rapidamente, consolidando o domínio da equipe local.
Ao final do duelo, ficou evidente a frustração dos atletas alvinegros. O esforço foi notório, mas a falta de eficiência ofensiva e a dificuldade em suportar a pressão acabaram determinando o resultado negativo. A despedida em território espanhol, que poderia ser marcada por um triunfo simbólico ou ao menos por um empate honroso, terminou com mais uma derrota.
Agora, o Corinthians volta o foco para a Liga Nacional de Futsal, competição em que terá compromisso no dia 1º de setembro, justamente na data do aniversário do clube, contra o Joinville, às 20h30. A partida será a oportunidade de reencontrar o caminho das vitórias diante da torcida brasileira, em um cenário onde a equipe costuma ser mais forte.
A turnê na Espanha serviu como teste importante para o elenco, colocando o Corinthians diante de adversários de alto nível e proporcionando experiências que certamente contribuirão no restante da temporada. Contudo, a sequência de resultados deixou um gosto amargo, especialmente pelo fato de a equipe ter mostrado competitividade, mas não ter conseguido traduzir isso em triunfos.
A derrota por 3 a 2 para o Jimbee Cartagena não apaga a entrega dos jogadores, mas evidencia a necessidade de evolução em aspectos decisivos, como a finalização e a concentração defensiva. A sensação que fica é de um Corinthians que esteve próximo de voltar para casa com um resultado mais positivo, mas que deixou escapar essa possibilidade nos detalhes. Agora, resta reorganizar a confiança e buscar uma retomada dentro de competições que, para a torcida e para o clube, têm peso muito maior.
O Corinthians mostrou que pode competir em alto nível, mas precisa aprender a transformar oportunidades em gols e equilibrar melhor suas forças durante os noventa minutos. A viagem chega ao fim, mas a temporada segue em frente. Cabe ao Timão se reerguer e provar, mais uma vez, que sua tradição e sua força vão além de qualquer derrota isolada.