São Paulo domina, e Corinthians é humilhado no Morumbis com nova atuação vexatória
O que se viu na noite deste domingo no Morumbis foi, mais uma vez, um Corinthians apático, desorganizado e sem alma, completamente dominado pelo rival São Paulo, que venceu com facilidade por 2 a 0. O placar pode até parecer curto para quem não acompanhou o jogo, mas dentro de campo, o que se assistiu foi uma aula de futebol do adversário e um desfile de erros grotescos por parte da equipe alvinegra. Foi um verdadeiro vexame, protagonizado por um time que parece cada vez mais distante de sua grandeza e tradição.
O confronto, válido pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro, escancarou todas as fragilidades de um Corinthians sem comando, sem ideia de jogo e sem comprometimento coletivo. Os gols da partida foram marcados por Luciano, em duas jogadas que representaram com perfeição o retrato de uma defesa completamente desorganizada e sem reação.
Um primeiro tempo de terror
Os primeiros 20 minutos até deram alguma esperança à torcida corinthiana. A equipe até se impôs no meio de campo, tentou disputar fisicamente, manteve certa posse de bola, mas o domínio era meramente estético. Faltava tudo o que um time de futebol precisa: criação, objetividade e vontade de vencer.
A partir daí, o que se viu foi um colapso coletivo do sistema defensivo. Em menos de dez minutos, Luciano marcou duas vezes, aproveitando falhas gritantes da defesa alvinegra. No primeiro, André Silva arrancou com liberdade e encontrou Luciano, que teve todo o tempo do mundo para dominar e bater na saída do goleiro Hugo Souza. No segundo, Wendell fez o que quis pela direita e cruzou rasteiro para o atacante ampliar.
Ambos os gols saíram em sequência, sem qualquer poder de reação por parte do Corinthians. Parecia um time entregue, resignado ao próprio fracasso. A falta de combatividade, atenção e organização era tão evidente quanto revoltante.
Uma equipe sem vergonha na cara
No intervalo, Dorival Júnior tentou mudar algo com três substituições — saiu o horroroso Félix Torres, o apagado José Martínez e o inoperante Memphis Depay. Entraram Léo Mana, Raniele e Gui Negão, mas o panorama seguiu o mesmo: o Corinthians continuou jogando sem alma, sem ímpeto e sem o mínimo de dignidade esportiva.
A torcida são-paulina, vendo a facilidade com que sua equipe controlava o jogo, entoava gritos de “olé” enquanto o time alvinegro sequer conseguia articular três passes consecutivos. Era um retrato humilhante para quem veste uma camisa tão pesada quanto a do Corinthians.
As substituições seguintes também não surtiram efeito. Entraram Fabrizio Angileri, Talles Magno e, depois, Charles. Nenhum deles conseguiu mudar o ritmo ou trazer alguma inspiração. O São Paulo, sem precisar forçar, dominou a partida do início ao fim. O placar poderia ser ainda mais elástico se os donos da casa tivessem forçado um pouco mais.
Uma defesa sem liderança, um meio-campo inexistente e um ataque inofensivo
A zaga foi uma tragédia. Félix Torres foi um desastre enquanto esteve em campo, André Ramalho falhou na marcação e nas coberturas, e Cacá também não conseguiu se impor. Hugo Souza, no gol, ainda tentou salvar, mas mostrou insegurança e nervosismo em vários momentos.
No meio, Breno Bidon e Carrillo foram engolidos. Sem ritmo, sem compactação e sem intensidade, o setor de armação do Corinthians não existiu. Nenhuma jogada construída com coerência, nenhuma sequência ofensiva minimamente organizada.
Na frente, Romero passou despercebido e Memphis Depay — que deveria ser o diferencial técnico do time — foi um peso morto até ser substituído. A bola não chegava e, quando chegava, o Corinthians não sabia o que fazer com ela. A sensação era clara: o time não sabia o que estava fazendo em campo.
Dorival Júnior perdido e apático
O técnico Dorival Júnior parece não ter controle nem da equipe, nem do vestiário. O time em campo é bagunçado, previsível, e não mostra nenhum tipo de evolução. A cada rodada, os erros se repetem, as falhas são as mesmas, e a apatia cresce como um câncer dentro de um clube que deveria viver de garra, luta e superação.
Não bastasse a má escalação inicial, a insistência em atletas sem rendimento e o erro estratégico de montar um meio-campo frágil, Dorival se mostrou novamente incapaz de mudar o jogo a partir do banco. Suas substituições são tardias ou inócuas, e sua postura à beira do gramado é a de alguém que observa o próprio fracasso com frieza.
São Paulo jogou como quis. E isso diz muito
O São Paulo não precisou jogar o seu melhor futebol para vencer. Com um esquema bem postado, intensidade no meio e velocidade nas pontas, os comandados de Hernán Crespo controlaram o jogo com autoridade. Luciano foi o nome do jogo, mas poderia ter sido qualquer um, dado o tamanho da facilidade com que a equipe tricolor construiu as jogadas.
Wendell, Arboleda, Marcos Antônio e Oscar comandaram o setor ofensivo com tranquilidade. A marcação funcionava bem, o jogo fluía, e o time adversário parecia estar enfrentando um sparring — e não um rival com história, títulos e uma torcida gigante.
Uma vergonha que não pode ser normalizada
O Corinthians chega ao fundo do poço mais uma vez em 2025. A atuação no Morumbis não é apenas uma derrota: é uma vergonha institucional. É o reflexo de uma diretoria desorganizada, de uma comissão técnica perdida e de jogadores que não honram a camisa que vestem.
A torcida, que se acostumou a carregar o time nas costas, já não consegue mais esconder sua indignação. Os protestos nas redes sociais, os gritos de revolta e a apatia nas arquibancadas dizem tudo: o Corinthians virou um time comum — e, pior, virou motivo de chacota.
E agora?
A próxima partida do Corinthians será contra o Cruzeiro, na próxima quarta-feira, dia 23, às 19h30. Mas, com esse futebol preguiçoso, desorganizado e vergonhoso, é difícil imaginar qualquer reação. Se nada mudar com urgência — em campo, no banco e na direção — o clube caminhará a passos largos rumo a mais um ano de humilhações e talvez algo ainda pior.
A derrota para o São Paulo no Morumbis não é apenas um tropeço: é o retrato de uma crise que parece não ter fim. Uma crise que, se continuar sendo ignorada, pode colocar em risco muito mais do que três pontos. Coloca em xeque o orgulho de um clube centenário, sua identidade e, acima de tudo, o respeito de sua própria torcida.
Ficha Técnica
Campeonato Brasileiro 2025
19 de julho de 2025, 21:00
São Paulo 2 x 0 Corinthians
Morumbi, São Paulo, SP.