Corinthians é superado pelo Unimed Campinas e larga em desvantagem nas quartas de final da Liga de Basquete Feminino
A manhã deste sábado marcou um duro revés para a equipe feminina do Corinthians na disputa da Liga de Basquete Feminino (LBF) 2025. Jogando no Ginásio do Tênis Clube, em Campinas, o time comandado por Guilherme Oliveira foi derrotado por 73 a 57 pelo Unimed Campinas, no primeiro duelo das quartas de final. Agora, as alvinegras precisam vencer os dois próximos confrontos para garantir vaga nas semifinais da competição nacional.
Com uma das campanhas mais consistentes da temporada regular, o Corinthians chegou ao mata-mata ostentando a terceira melhor colocação geral. Foram apenas cinco derrotas em 20 partidas disputadas até então. A expectativa era de que o bom retrospecto se refletisse também nos playoffs, mesmo fora de casa. No entanto, o que se viu em Campinas foi um desempenho abaixo da média, diante de um adversário que, apesar de ter se classificado em sexto lugar, mostrou domínio e intensidade desde os primeiros minutos.
O Unimed Campinas contou com uma atuação inspirada da armadora Meli Gretter, que foi eleita a MVP da partida após registrar um duplo-duplo impressionante, sendo peça-chave tanto na distribuição das jogadas quanto na marcação. Gretter demonstrou experiência, controle emocional e liderança, guiando a equipe campineira com segurança, mesmo diante das tentativas de reação do Timão.
Por outro lado, o Corinthians teve como principal destaque individual a ala-pivô Rafa Monteiro, responsável por 25 dos 57 pontos marcados pela equipe. Monteiro lutou, arriscou arremessos de média e longa distância, buscou o garrafão e tentou empurrar as companheiras para uma recuperação, mas esbarrou na forte defesa imposta pelo adversário e na limitação tática imposta pela marcação adversária.
O primeiro quarto já deu o tom da partida, com o Unimed Campinas abrindo vantagem e controlando o ritmo. O Corinthians teve dificuldades na construção ofensiva, acumulando erros de passe e desperdiçando oportunidades claras de pontuação. O técnico Guilherme Oliveira ainda tentou reorganizar a equipe, promovendo substituições e ajustando a marcação, mas o time da casa soube aproveitar os espaços e terminou o primeiro tempo com margem confortável no placar.
O segundo tempo seguiu o mesmo roteiro. Com uma rotação mais eficiente e superioridade nos rebotes defensivos, o Unimed Campinas consolidou o domínio. A intensidade defensiva das campineiras dificultou qualquer reação do Timão, que, mesmo tentando imprimir velocidade nos contra-ataques, não conseguiu encontrar consistência. Jogadoras importantes como Tainá Paixão e Agustina Leiva não conseguiram repetir boas atuações de jogos anteriores, sendo bem marcadas durante toda a partida.
Do ponto de vista tático, a equipe corinthiana apresentou falhas defensivas na cobertura de perímetro e pouca eficiência nas transições. O aproveitamento nos arremessos de três pontos também foi abaixo do esperado, fator que poderia ter contribuído para uma reação. A pressão da torcida adversária e o nervosismo natural de um confronto eliminatório também foram elementos que jogaram contra o desempenho das alvinegras.
Apesar do resultado negativo, ainda não há nada perdido para o Corinthians. As quartas de final da LBF são disputadas em uma série melhor de três jogos, o que mantém vivas as esperanças da equipe. Agora, o desafio será ainda maior: vencer no Ginásio Wlamir Marques no próximo domingo, dia 20 de julho, para forçar o terceiro e decisivo confronto, agendado para o dia 22, também na capital paulista.
O apoio da torcida será fundamental nessa tentativa de reviravolta. Com casa cheia e ambiente favorável, o time buscará inspiração nas boas atuações da fase classificatória para tentar reverter o panorama e seguir sonhando com o título da competição. Além disso, será necessário um trabalho psicológico junto às atletas para resgatar a confiança e ajustar os erros cometidos na primeira partida.
O técnico Guilherme Oliveira terá a semana para corrigir detalhes e reencontrar o equilíbrio entre defesa e ataque, algo que foi a marca registrada do Corinthians durante a temporada. A recuperação física de algumas jogadoras, o estudo minucioso do estilo de jogo campineiro e uma preparação tática detalhada podem ser determinantes para mudar o rumo da série.
Em entrevista pós-jogo, Oliveira reconheceu a superioridade do adversário e lamentou os erros cometidos pela equipe: “Sabíamos das dificuldades de jogar fora de casa, mas pecamos em momentos decisivos. Agora temos que ter cabeça fria, corrigir o que precisa ser corrigido e buscar a vitória diante da nossa torcida”.
Rafa Monteiro, apesar da frustração pelo resultado, demonstrou confiança na recuperação: “A série ainda está em aberto. Vamos trabalhar forte durante a semana, temos um grupo muito comprometido e acreditamos no nosso potencial”.
A derrota, embora dolorosa, pode servir como aprendizado e combustível para a reação. A equipe tem qualidade, elenco e estrutura para buscar a virada, mas precisará demonstrar isso dentro de quadra, com intensidade, disciplina e concentração.
A Liga de Basquete Feminino de 2025 tem se mostrado uma das edições mais equilibradas dos últimos anos, e o mata-mata reserva emoções a cada rodada. O Corinthians, com sua tradição e força no esporte feminino, quer evitar uma eliminação precoce e reafirmar seu protagonismo na modalidade. A resposta virá no próximo confronto, em casa, diante de uma torcida que promete empurrar o time do início ao fim.
Enquanto isso, o Unimed Campinas celebra a vantagem conquistada e trabalha para manter o desempenho, ciente de que enfrentará um Corinthians motivado e ferido, o que sempre representa um risco em qualquer modalidade esportiva.
Resta ao Timão esquecer o que passou, olhar para frente e transformar a frustração da derrota em motivação para reagir. A LBF ainda está aberta, e a busca pelo título continua viva para as alvinegras.