Aliados de Augusto envolvidos com invasão a sala da presidência são suspensos

Comissão de Ética do Corinthians confirma afastamento de aliados de Augusto Melo e amplia lista de suspensões

A crise política no Corinthians ganhou novos desdobramentos nesta sexta-feira. A Comissão de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo confirmou o afastamento cautelar de três aliados do presidente suspenso Augusto Melo e ampliou o número de associados sob investigação interna.

Os conselheiros Claudinei Alves, Fernando Monteiro Alves e José Valmir da Costa tiveram a suspensão ratificada por mais 60 dias. Eles já haviam sido suspensos preventivamente no dia 1º de julho, conforme divulgado anteriormente. A informação foi inicialmente publicada pelo canal Salazar TV, no YouTube.


Além deles, outros 12 associados também foram suspensos de forma cautelar pelo mesmo período. A lista, divulgada pela CNN Brasil, inclui: Alessandro Ginez, Alexandre Martin, Diego Nunes de Carvalho, Hamilton da Silva Lima, Luiz Soriano, Marcelo Luiz Favretto, Marcos Ragazzi, Renan Bohus da Costa, Ricardo Jorge, Ricardo Rodrigues Namen, Robson Marculino Martins e Viviane Vicente. Todos terão até 15 dias úteis para apresentar defesa.

O próprio Augusto Melo, presidente afastado do clube, também foi intimado e deverá responder à Comissão de Ética dentro do mesmo prazo. Além disso, 11 conselheiros vinculados a Melo estão sob análise da Comissão e também precisarão apresentar defesa. São eles: Carlos Eduardo Melo Silva, Laercio Ferreira Victoria, Leandro Olmedila, Marcos Coelho Abdo, Maria Angela de Souza Ocampos, Mário Mello Júnior, Paulo Juricic, Paulo Rogério Pinheiro Jr., Peterson Ruan Aiello do Couto Ramos, Rodrigo Simonnini Gonzalez e Ronaldo Fernandez Tomé.

Três desses nomes — Mário Mello Júnior, Paulo Juricic e Ronaldo Fernandez Tomé — integram a própria Comissão de Ética e foram oficialmente afastados de suas funções dentro do colegiado. Com isso, caberá ao presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, convocar suplentes para que os trabalhos prossigam com isenção.

Conflito interno agrava crise política

Os conflitos internos no Corinthians chegaram a um nível crítico nas últimas semanas, gerando disputas diretas entre diferentes alas do Conselho. Em meio às investigações contra Augusto Melo, a conselheira Maria Angela de Souza Ocampos se autoproclamou presidente da Comissão de Ética e declarou nulos todos os atos de Romeu Tuma Júnior desde abril, inclusive a aprovação da abertura do processo de impeachment do presidente alvinegro, que foi votado em 26 de maio.

Alegando que o vice-presidente da comissão, Roberson de Medeiros, estaria afastado por motivos de saúde, Maria Angela assumiu interinamente e tentou emplacar uma nova condução dos trabalhos. A manobra, no entanto, não foi reconhecida por Tuma Júnior, aprofundando ainda mais o impasse político na diretoria do clube.

Na semana passada, uma decisão assinada por Mário Mello Júnior, relator da Comissão de Ética, afastou Romeu Tuma Júnior. A decisão foi enviada à própria Maria Angela, o que gerou ainda mais questionamentos sobre a legitimidade do ato.

Tentativa de retorno e confronto com a diretoria interina

Em meio à turbulência, Augusto Melo tentou retomar a presidência na prática. Acompanhado por aliados, subiu até a sala da presidência, localizada no quinto andar do Parque São Jorge, na tentativa de reassumir seu posto. No entanto, encontrou resistência do presidente interino Osmar Stabile, que se recusou a deixar o cargo.

O episódio causou tensão nos bastidores do clube e gerou um impasse que durou várias horas. Apesar da movimentação de Melo, a tentativa não surtiu efeito, e Stabile permaneceu como presidente interino do Corinthians.

O desfecho da crise, no entanto, já tem data marcada: a assembleia geral de associados do clube foi convocada para o dia 9 de agosto, quando será votado o impeachment de Augusto Melo. O processo foi aberto após uma série de denúncias envolvendo supostos atos de gestão temerária e irregularidades administrativas.

Até lá, a disputa entre grupos políticos promete se intensificar, com novas movimentações internas, tentativas de anulação de decisões e possíveis novas suspensões de conselheiros e associados. O Corinthians vive um dos momentos mais turbulentos de sua história recente fora das quatro linhas, com o ambiente político dominando as atenções no Parque São Jorge.

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