Corinthians vacila em casa, perde para o Fluminense e escancara fragilidades no início do Brasileirão
Mais uma vez o Corinthians entrou em campo para frustrar sua torcida. Em plena Neo Química Arena, com mais de 40 mil torcedores presentes, o Timão foi dominado taticamente e superado pelo Fluminense por 2 a 0, nesta quarta-feira (16), em duelo válido pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. É a segunda derrota consecutiva no torneio, ambas jogando em casa, e a sensação é de um time sem alma, sem padrão e sem poder de reação.
O técnico Ramón Díaz montou um esquema que até teve volume de jogo em parte do primeiro tempo, mas que desmoronou diante da inoperância ofensiva e da bagunça defensiva que mais uma vez custaram caro. O Fluminense, mesmo sem brilhar, foi preciso: Renê abriu o placar com um golaço, e Arias fechou o caixão cobrando pênalti após erro grotesco do setor defensivo alvinegro.
Início promissor, fim melancólico
O Corinthians até começou tentando demonstrar imposição. Empurrado pela torcida, pressionava alto, ocupava bem os espaços e rondava a área adversária. Foram criadas algumas chances: voleio de Memphis, chute de Angileri, cabeçada de Raniele e finalização de Breno Bidon. Mas todas ficaram na conta das boas intenções. Gol que é bom, nada.
A grande oportunidade da primeira etapa surgiu aos 26 minutos. Breno Bidon achou Memphis Depay na entrada da área, e o holandês bateu colocado. A bola tinha endereço, mas Fábio fez uma defesa monumental, evitando o que poderia ser o gol que mudaria o rumo da partida. Um minuto depois, Raniele cabeceou para fora em cobrança de escanteio.
Mas como já virou hábito, o ímpeto ofensivo durou pouco. A equipe recuou, cometeu erros bobos, perdeu o controle do meio-campo, e permitiu ao Fluminense crescer. Bernal testou Donelli com chute de fora da área, e o Corinthians deu sinais de que, mais uma vez, não saberia sustentar o bom começo. A torcida já desconfiava.
Segundo tempo: erros crônicos e o castigo
Logo no início da segunda etapa, Romero teve a bola do jogo após lançamento de Torres e cruzamento de Carrillo. Sozinho, dentro da área, o paraguaio conseguiu mandar por cima do travessão. O que parecia azar era, na verdade, falta de qualidade e de concentração.
Com o passar do tempo, o Corinthians se mostrou perdido. Passes errados, transições mal feitas, lentidão para raciocinar e total falta de sintonia entre os setores. E aí veio o castigo. Aos 15 minutos, após cobrança de falta afastada pela zaga, a bola sobrou limpa para Renê, que soltou uma bomba de direita e abriu o placar. Ninguém marcou, ninguém fechou o espaço. Tudo muito fácil para o lateral tricolor. Um gol que simboliza o desleixo do time corinthiano.
Mudanças que não surtiram efeito
Ramón Díaz tentou reagir, primeiro com Talles Magno no lugar de Carrillo. Depois, promoveu a entrada de Maycon, Héctor Hernández e Martínez para tentar dar fôlego novo. Mas nada funcionou. Logo em sua primeira participação, o venezuelano Hernández chegou atrasado e acertou o tornozelo de Serna dentro da área. O VAR confirmou o pênalti, e Arias bateu com tranquilidade para matar o jogo. 2 a 0.
O Corinthians ainda tentou buscar um gol de honra. Memphis fez jogada individual e achou Yuri Alberto na marca do pênalti. O camisa 9 teve tempo para escolher o canto… e isolou. A cena resumiu a noite desastrosa do time: sem confiança, sem execução, sem brilho.
Panorama preocupante
Com o resultado, o Corinthians estaciona nos quatro pontos e cai para a 12ª posição na tabela do Campeonato Brasileiro. Mas esse número pode piorar, já que a rodada ainda não foi encerrada. Pior do que a posição, no entanto, é a ausência de perspectiva. O time não apresenta evolução, o sistema ofensivo é ineficiente, e a defesa segue dando espaços. É o retrato de um elenco que parece sem direção técnica e emocional.
Se a torcida aplaudiu Memphis, Depay, Romero e companhia na estreia, agora já começa a esboçar cobranças.
A paciência está no limite. É hora de acordar.
Próximo compromisso: obrigação de vencer
O Timão volta a campo no próximo sábado, dia 19 de abril, às 16h, novamente na Neo Química Arena, para encarar o Sport, pela quinta rodada do Brasileirão. O adversário é tradicional, mas o Corinthians entra com a obrigação de vencer para não agravar ainda mais a crise.
Se o time alvinegro repetir os mesmos erros, poderá sair vaiado pela própria torcida, que não aceita ver o clube sem competitividade em sua própria casa. Já passou da hora de reagir.
Ficha técnica do jogo
Competição: Campeonato Brasileiro
Local: Neo Química Arena, São Paulo, SP
Data: 16 de abril de 2025 (quarta-feira)
Horário: 19h30 (de Brasília)
Árbitro: Rodrigo José Pereira de Lima
Assistentes: Luanderson Lima dos Santos e Francisco Chaves Bezerra Junior
Árbitro de vídeo: Marco Aurélio Augusto Fazekas Ferreira
Gols: Renê e Jhon Arias (Fluminense)
Cartões amarelos: Matheuzinho e José Martínez (Corinthians); Canobbio e Nonato (Fluminense)
Público: 41.138 pagantes (público total: 41.355)
Renda: R$ 2.838.164,20
CORINTHIANS: Matheus Donelli; Matheuzinho, Félix Torres, Gustavo Henrique e Fabrizio Angileri; Raniele (José Martínez), André Carrillo (Talles Magno) e Breno Bidon (Maycon); Romero (Héctor Hernández); Memphis Depay e Yuri Alberto.
Técnico: Ramón Díaz
FLUMINENSE: Fábio; Samuel Xavier, Ignácio, Freytes e Renê; Bernal (Thiago Santos) e Martinelli; Lima (Nonato), Canobbio (Serna) e Jhon Arias (Lezcano); Germán Cano (Everaldo).
Técnico: Renato Gaúcho
Abaixo os melhores momentos da partida