Corinthians empata com o São Paulo, garante vaga na final do Paulistão Feminino e se prepara para o clássico decisivo contra o Palmeiras
Na noite desta segunda-feira (10), o Corinthians conquistou uma vaga na final do Campeonato Paulista Feminino 2024, ao empatar com o São Paulo em 1 a 1 na partida de volta da semifinal, realizada na Neo Química Arena. O resultado, somado à vitória por 1 a 0 no jogo de ida, garantiu a classificação alvinegra para a decisão, que será contra o Palmeiras, que superou a Ferroviária na outra semifinal.
O empate, com gol de Millene de pênalti, encerrou um jogo complicado para as Brabas, mas a equipe de Lucas Piccinato mostrou sua força coletiva e resiliência em momentos chave. O Corinthians, apesar de ter enfrentado um São Paulo organizado e perigoso, soube se ajustar ao longo da partida, controlar o ímpeto adversário e buscar o empate necessário para garantir a classificação. Com isso, as Brabas agora esperam pelo confronto decisivo contra o Palmeiras, em busca de mais um título estadual.
Primeiro Tempo: Início difícil e adversidade no placar
Logo nos primeiros minutos, o Corinthians procurou se impor, mas encontrou dificuldades para quebrar a organização defensiva do São Paulo, que se manteve compactado e fechado em seu campo. O time corinthiano tentou criar oportunidades através de chutes de média e longa distância, com Vic Albuquerque aos 8 minutos, mas sem sucesso. O São Paulo, por sua vez, apresentou uma defesa sólida e explorou bem os contra-ataques.
Taticamente, o Corinthians pressionava o São Paulo em transições rápidas, mas a falta de efetividade nos passes e na movimentação dos atacantes dificultava a criação de boas chances. As Brabas tentavam infiltrações pelas laterais, mas a marcação tricolor, especialmente pelas laterais de Kaká e Carol Gil, impedia qualquer avanço significativo. A única oportunidade clara do Timão foi aos 25 minutos, quando Carol Nogueira e Gabi Portilho fizeram boa movimentação, mas a defesa adversária neutralizou o cruzamento.
No entanto, um erro no setor defensivo corinthiano foi fatal. Isabela, ao tentar sair com a bola, foi desarmada por Aline, que rapidamente entregou a Dudinha. A atacante são-paulina, com grande frieza, finalizou com um golpe de três dedos no canto direito de Lelê, marcando o gol que colocou o São Paulo na frente.
O gol exigiu do Corinthians uma reação imediata. Apesar de algumas tentativas no setor ofensivo, o time alvinegro ainda mostrava dificuldade em romper as linhas de marcação do São Paulo. A defesa tricolor, bem postada, dificultava a progressão das jogadas.
Segundo Tempo: Ajustes táticos e a busca pelo empate
O retorno do intervalo viu um São Paulo mais agressivo, com a intenção de ampliar a vantagem. O Corinthians, porém, conseguiu se reorganizar taticamente, ajustando a postura defensiva e o posicionamento ofensivo. Lucas Piccinato, atento ao cenário, fez alterações importantes, promovendo a entrada de Millene e Eudmilla para dar mais velocidade e movimentação ao time. Essas mudanças, combinadas com um ajuste na marcação alta, permitiram ao Corinthians recuperar o controle do jogo.
No campo tático, o Corinthians passou a ter mais posse de bola e distribuiu melhor o jogo através das laterais. Duda Sampaio, no meio-campo, começou a ditar o ritmo, com passes mais precisos e incisivos. O São Paulo, por sua vez, recuou um pouco e perdeu a intensidade do primeiro tempo. Aproveitando o cansaço da defesa adversária, as Brabas passaram a pressionar mais no campo de ataque.
Aos 24 minutos, Millene foi derrubada dentro da área por Maressa, e a árbitra marcou o pênalti. Com grande frieza, Millene converteu no canto direito da goleira Carlinha, empatando a partida. Este gol trouxe a tranquilidade necessária para o time alvinegro, que soube administrar o tempo restante de forma segura. Em termos de controle de jogo, o Corinthians optou por manter a posse e buscar jogadas mais objetivas, sem se expor ao risco de contra-ataques rápidos do São Paulo.
O Corinthians na fase de transição e a movimentação ofensiva
Taticamente, o Corinthians, a partir do empate, adotou um jogo mais pragmático. A transição defensiva foi eficiente, com Ju Ferreira e Dani Arias neutralizando as investidas do São Paulo, que já não conseguia furar o bloqueio defensivo corinthiano. As laterais, comandadas por Paulinha e Isabela, também passaram a apoiar mais no ataque, oferecendo linhas de passe para as jogadoras ofensivas.
O São Paulo, por outro lado, viu suas tentativas de contra-ataque se dissiparem pela pressão alta do Corinthians, que dificultava a saída de bola adversária. A estratégia de compactação do time corinthiano, com uma linha de defesa bem posicionada e as meias, Duda Sampaio e Vic Albuquerque, ajudando na cobertura, foi crucial para o controle do jogo. Com o empate, o Corinthians se concentrou em administrar o jogo e fechar os espaços para impedir qualquer ameaça do São Paulo.
A reta final e a maturidade tática das Brabas
Nos minutos finais, o São Paulo ainda tentou uma pressão, especialmente após a entrada de Jhonson e as tentativas de cruzamentos mais perigosos, mas a zaga alvinegra se mostrou firme. O árbitro ainda concedeu 11 minutos de acréscimo, resultado de uma série de interrupções médicas, mas o Corinthians soube controlar a posse de bola e não permitiu mais nenhuma grande chance ao adversário.
A mudança para uma postura mais cautelosa e equilibrada foi decisiva para a manutenção do empate. Com isso, o time corinthiano garantiu o empate e a classificação, mantendo a posse, e o controle emocional em momentos decisivos.
O Corinthians em direção à final
Ao final do jogo, o Corinthians demonstrou uma vez mais sua maturidade tática, enfrentando um adversário muito bem treinado, que tentou explorar os erros da equipe alvinegra.
O time de Lucas Piccinato se adaptou às circunstâncias, fez os ajustes necessários e foi eficiente na hora certa. A vitória no primeiro jogo e o empate no segundo foram frutos de uma estratégia bem planejada, combinada com a qualidade individual e coletiva.
Agora, as Brabas se preparam para o grande clássico contra o Palmeiras, que vem com força após eliminar a Ferroviária. A final promete ser um confronto de alto nível, e o Corinthians, com sua filosofia de jogo coletivo e força emocional, buscará mais um título estadual para sua história.
Ficha técnica
Competição: Campeonato Paulista Feminino
Local: Neo Química Arena, São Paulo, SP
Data: 10 de novembro de 2024 (domingo)
Horário: 11h00 (de Brasília)
Árbitro: Marianna Nanni Batalha
Assistentes: Leandra Aires Cossette e Izabele de Oliveira
Árbitro de vídeo: Thiago Luis Scarascati
Gols: Millene (Corinthians); Dudinha (São Paulo)
Cartões amarelos: Daniela Arias e Paulinha (Corinthians); Jéssica Soares, Carol Gil e Isa (São Paulo)
Cartões vermelhos: Eduardo Bortolozzo (Fisioterapeuta) e Lucas Piccinato (Corinthians)
Público: 32.799 pagantes (público total: 32.918)
Renda: R$ 709.079,00
CORINTHIANS: Lelê; Isabela, Daniela Arias, Mariza, Paulinha, Ju Ferreira, Duda Sampaio, Vic Albuquerque, Gabi Zanotti (Jhonson), Carol Nogueira (Millene) e Gabi Portilho (Eudimilla).
Técnico: Lucas Piccinato
SÃO PAULO: Carlinha; Jéssica Soares, Kaká, Ana Alice e Carol Gil (Maressa); Robinha (Rafa Mineira), Camilinha (Laryh) e Aline (Day Silva); Isa, Serrana e Dudinha.
Técnico: Thiago Viana
Abaixo os melhores momentos da partida