Minas domina do início ao fim, e Corinthians sofre sua terceira derrota consecutiva em casa no NBB
A noite desta quinta-feira no Ginásio Wlamir Marques foi mais uma vez de frustração para o torcedor corinthiano. Em partida válida pela quinta rodada do Novo Basquete Brasil (NBB) 2024/25, o Corinthians foi amplamente superado pelo Minas Tênis Clube por 86 a 60, acumulando sua terceira derrota consecutiva em casa e revelando preocupantes dificuldades táticas e psicológicas diante do seu torcedor.
Após uma sequência positiva na última viagem ao Rio de Janeiro, havia expectativa por uma retomada diante da Fiel. No entanto, o que se viu foi um time vulnerável nos dois lados da quadra e incapaz de reagir ao controle imposto pelos visitantes desde os primeiros minutos de jogo.
Com o revés, o Corinthians soma agora duas vitórias – ambas como visitante – e três derrotas, todas atuando no Parque São Jorge. A inconsistência, especialmente como mandante, já acende sinais de alerta para a sequência do campeonato.
Desatenção e falta de pontaria marcam primeiro tempo
Com o quinteto base mantido por Jece Leite – Elinho, Isaac Thornton, Rafael Munford, Lucas Cauê e Victão –, o Corinthians começou a partida tentando encontrar um ritmo ofensivo que não se concretizou. A equipe apresentou baixa eficiência nos arremessos e viu o Minas explorar com inteligência os espaços deixados na defesa alvinegra.
Na tentativa de reverter a desvantagem inicial, o Timão apostou nas bolas de três pontos, que haviam sido fundamentais em vitórias recentes. No entanto, o aproveitamento foi abaixo do esperado, e o Minas aproveitou a instabilidade do adversário para abrir vantagem. Ainda no primeiro quarto, mesmo após pedido de tempo, o time da casa não conseguiu reagir. O período terminou com 21 a 14 para os visitantes.
O segundo quarto apresentou uma leve melhora do Corinthians, especialmente após mudanças no elenco com as entradas de Tico Faria e Alisson. A defesa subiu de produção e, por instantes, o ataque encontrou melhores opções de arremesso. Com isso, a diferença chegou a cair para quatro pontos.
Porém, a equipe mineira manteve o controle emocional e tático, interrompendo a reação alvinegra com mais um pedido de tempo e ajustes na marcação. A resposta foi eficiente, e o Minas voltou a dominar os minutos finais do período. O primeiro tempo se encerrou com o placar apontando 41 a 32 para os visitantes.
Sem capacidade de reação, Timão repete erros e se afasta da vitória
Na volta dos vestiários, o Corinthians até tentou acelerar o jogo e impor uma pressão inicial, reduzindo a diferença nos primeiros ataques. Mas o cenário logo voltou ao padrão do primeiro tempo: arremessos precipitados, muitas tentativas do perímetro sem sucesso e espaços excessivos na transição defensiva.
O Minas, com mais organização e serenidade, aproveitou cada erro corinthiano para ampliar a vantagem. Apesar de tentativas pontuais de reação, a equipe da casa seguia presa ao próprio nervosismo e à falta de alternativas ofensivas consistentes. O terceiro quarto terminou com 55 a 43 para o adversário.
No último período, o cansaço físico e emocional ficou evidente. A tentativa de uma pressão final não veio. A equipe de Belo Horizonte controlou o ritmo da partida, desacelerou quando necessário e forçou o Corinthians ao erro.
Jece Leite promoveu alterações, buscou ajustar a rotação e tentou soluções ofensivas, mas nenhuma estratégia foi suficiente para reverter o cenário. Com o relógio jogando contra e a eficiência ofensiva ausente, o time alvinegro acabou aceitando a derrota com certa resignação. O quarto final selou o destino da partida: 86 a 60 para o Minas.
Análise tática e momento da equipe
O que se viu nesta quinta-feira foi um Corinthians abaixo de sua capacidade, sem agressividade, com pouco volume de jogo e dependente de tentativas isoladas. A pontuação de 60 pontos em casa reflete uma atuação ofensiva apagada e que não fez jus ao elenco que Jece Leite tem à disposição.
O técnico tem procurado manter uma base titular, mas os problemas de execução tática, especialmente nas transições e no aproveitamento de arremessos longos, têm sido determinantes para os maus resultados. A rotação também não tem surtido o efeito necessário: as entradas vindas do banco pouco alteram o panorama do jogo.
Na defesa, o time mostrou vulnerabilidades preocupantes, com dificuldade em conter infiltrações, mau posicionamento nos rebotes defensivos e falhas na recomposição. Mesmo com a boa atuação de Tico Faria em momentos pontuais, o Corinthians parece ainda longe de encontrar a regularidade que o NBB exige.
O emocional da equipe também chama atenção. Em todas as derrotas em casa, o Corinthians saiu atrás e não conseguiu demonstrar poder de reação. A ansiedade, somada à pressão por bons resultados, parece travar o elenco em momentos decisivos.
Próximo desafio
O Corinthians volta à quadra neste sábado (2), novamente no Ginásio Wlamir Marques, para enfrentar o Brasília Basquete, às 18h, pela sexta rodada do NBB. Diante de um adversário que também busca estabilidade na competição, o confronto se torna crucial para que o Timão tente reencontrar seu jogo, restabelecer a confiança e, principalmente, voltar a vencer diante de sua torcida.
Abaixo os melhores momentos da partida